Crítica – A Menina que Roubava Livros (filme)
fevereiro 18, 2014 em Artigos e Notícias, Cinema e TV, Filmes, Literatura, Livros por Daniel Arquimedes
Brian Percival é um cineasta relativamente novo nas telonas, ou pelo menos no “ramo” dos blockbusters, entretanto foi designado à ele uma obra sobre a qual foram construídas grandes expectativas durante muito tempo. Não só o público tradicional dos cinemas tinham os olhos sobre esse filme, mas também os antigos leitores da obra de Markus Zusak. Era preciso apostar alto, e o ator Geoffrey Rush (Piratas do Caribe, O Discurso do Rei, Lanterna Verde) e o compositor John Williams (Star Wars, Harry Potter, Jurasic Park, E.T. – O Extra-terrestre) foram os principais componentes dessa aposta. Grandes talentos que foram usados de forma totalmente sóbria em A Menina que Roubava Livros.
Liesel (Sophie Nélisse) é uma garota alemã, filha de pais comunistas em plena 2ª Guerra Mundial. Diante da perseguição, os pais de Liesel são obrigados a entrega-la, juntamente com seu irmão, para adoção. Durante a exaustiva viajem para a casa de seus novos pais o frágil irmão de Liesel acaba por falecer e durante o seu enterro Liesel “rouba” O Manual do Coveiro, seu primeiro Livro.
Seus pais, Hans e Rosa Hubermann (Emily Watson) formam o casal que decidira adotar Lisiel por receber uma quantia do Estado para isso. E no decorrer da estória, Liesel conhece mais os seus novos pais, descobrindo a bondade dentro deles. Existem outros personagens que fazem parte da nova vida de Liesel, como Rudy Steiner (Nico Liersch) – o melhor amigo de Lisiel, Max Vanderburg (Ben Schnetzer) – um judeu acolhido pelos pais adotivos de Liesel em seu porão e “a mulher do prefeito” (Barbara Auer) – dona de uma grande biblioteca onde Liesel pratica seus crimes à procura de conhecimento.
Com certeza, o ponto mais chamativo desse filme é o fato de não chamar a atenção. Ele é inteligentemente sóbrio. Isso é, não há exageros. Esperava-se que contando com o grande Geoffrey Rush, Hans, o pai adotivo de Liesel, ganharia uma importância a mais, um destaque, para que a “qualidade Oscar” do ator fosse bem explorada. Mas não, o personagem é interpretado de forma perfeita, como era de se esperar, mas sem “ostentação” da estatueta. E isso é louvável, pois essa era a demanda do personagem, nada mais.
Essa sobriedade se reflete também no visual do filme. Cenários e figurinos são perfeitos, mas sem exageros visuais, contribuindo pra um maior realismo e maior aceitação da realidade pelo espectador.
Para quem já havia lido o livro, o filme é ainda mais espetacular. A fidelidade à obra original é impressionante, mesmo que algumas cenas e características tenham sido retiradas ou mudadas. E, surgindo como um grande presente aos fãs leitores, a narração da morte é no mínimo impressionante. (Acho que nem precisa ser dito que o livro sempre será mais emocionante e querido que sua adaptação cinematográfica)
A Menina que Roubava Livros é um filme sóbrio, sem rodeios ou espetáculos, e mesmo assim, emocionante. Um ótimo filme. É preciso ir ao cinema sem esperar que a tela exploda na sua cara, porém leitores e não leitores adorarão o filme, se contarem com sua simplicidade e mantiverem expectativas moderadas.
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