Resenha – A Torre Negra: O Pistoleiro

novembro 12, 2013 em Livros, Resenhas por Luiz Fernando Teodosio

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Resenha A Torre Negra O Pistoleiro capa arma

Após a leitura de A Zona Morta, este foi o segundo livro de Stephen King que leio, e pretendo finalizar a leitura dos sete títulos que compõem a série até o final de 2013. Apesar de ser apontado como um dos mestres do terror e do suspense da atualidade, tanto A Zona Morta quanto A Torre Negra (pelo menos, por enquanto) são títulos escritos em outros vieses, a saber, o primeiro tende ao drama, e o segundo à fantasia, ficção científica e um pouco de faroeste (embora contenha alguns toques de horror e outros gêneros). Logo, deixarei para conhecer os livros de horror mais clássicos em outra ocasião. Contudo, a Torre Negra é uma série marcante na carreira do autor, tanto que, quando o King sofreu um acidente de carro que quase o matou, muito de seus leitores disseram “Ah, lá se vai o final de A Torre Negra”, posto que a série ainda encontrava-se inacabada na época. Na verdade, ela aparentemente ainda está inacabada, já que o autor lançou um oitavo volume cujo enredo situa-se entre o terceiro e quarto livro.

 A escrita do livro foi uma das mais gostosas que já li. As passagens são muito bem detalhadas, mas longe de serem enfadonhas, pois tais detalhes enriquecem o teor das cenas, e às vezes são colocados de maneira poética e subjetiva. Como uma das inspirações de King para esse livro foi o grande Tolkien, a necessidade de detalhar o mundo e a jornada do protagonista lembram um pouco o estilo de O Senhor dos Anéis, só que bem mais dinâmico. O vocabulário é bastante rico e conveniente e a leitura flui sem dificuldades. Em relação à escrita, não encontrei nenhuma parte maçante no livro. Agora, em relação ao enredo, houve alguns percalços.

Uma simples lida na sinopse já enuncia os rastros do universo fantástico criado pelo autor. Porém, apesar da fascinação encontrada em suas páginas, o universo de A Torre Negra não se mostra claro. Todas as informações são fragmentadas e colocadas de forma incoesa ao longo da história, deixando o leitor confuso e obrigando-o a montar um panorama geral daquele cenário que não há como ser devidamente completado mesmo ao fim do livro. Há perguntas demais e poucas respostas, apenas fatos e mais fatos sem explicações. Não sabemos em que diabos de mundo eles estão vivendo. Se é no mesmo mundo que o nosso, num futuro pós-apocalíptico; um tipo de realidade especulativa; um mundo paralelo… Não há como saber.

O começo da história conta a jornada solitária do Pistoleiro relembrando alguns acontecimentos de um passado distante ou de pouco tempo atrás, e o enredo vai desenvolvendo-se a partir desses flashbacks até o momento em que Roland encontra um garoto chamado Jake, e temos finalmente alguma interação mais significativa no tempo presente da trama. É justamente nessa parte que a história começa a se desenvolver um pouco melhor, criando um triângulo de tensão entre Roland, Jake e o homem de preto.

A base do livro, porém, é a caçada de Roland pelo deserto atrás do homem de preto, e a expectativa desse encontro é a esperança do leitor em busca de respostas. E elas, enfim, vêm à tona, sobre a relação de Roland com o homem de preto, sobre a Torre Negra… juntamente de inúmeras outras perguntas. Em suma, O Pistoleiro representa apenas uma introdução para algo maior, para uma saga que, devido às poucas explicações neste volume, será imprevisível.